A Democracia Moderna é muito diferente da que existia há alguns séculos. A principal razão para isto é o facto de a Democracia hoje ser muito mais inclusiva do que antes e abranger mais grupos sociais. Todos os cidadãos são iguais perante a lei.
Também tem mais direitos garantidos aos cidadãos, tais como direitos civis, direitos políticos, direitos econômicos e direitos sociais. Além disso, tem havido um aumento no nível de participação política das pessoas, aumentando a responsabilidade dos governos para com os seus eleitores e permitindo que mais vozes sejam ouvidas nas decisões políticas.
O voto secreto, o sufrágio universal e o voto direto auditável nos plebiscitos também contribuíram para a modernização da Democracia.
Existem três fenômenos diferentes que ocorrem em diferentes partes do mundo e que estão associados a esta erosão democrática: o populismo; o extremismo; o autoritarismo.
Não devem ser confundidos entre si, mas quando se manifestam simultaneamente – o que tem sido frequente – trazem sérios problemas à Democracia.
O populismo é um conceito que tem sido intensamente revisitado nos últimos tempos, com a conotação muitas vezes negativa de manipulação dos medos, necessidades e desejos da população. Regra geral, oferece soluções simplistas – e erradas – para problemas complexos, satisfazendo exigências imediatas, que cobram um preço elevado no futuro.
Assim observamos que tem um núcleo ideológico muito tênue, que é a divisão artificial da sociedade em “nós, o povo” e “eles, a elite dominante”. Geralmente, tem a marca de líderes personalistas e carismáticos, que chegam ao poder com um discurso muito convincente, como protetores do povo oprimido, vendendo a ideia que o Estado será seu protetor, mas, na prática, mantendo a população na pobreza, para dominar nas próximas eleições, apresentando-se como “diferentes de tudo o mundo”, entanto entregando o país nas mãos dos conquistadores estrangeiros pertencentes ao sistema mundial.
O extremismo, que pode vir de qualquer lado do espectro político, é caracterizado pela intolerância, pela não aceitação de tudo o que é diferente e pela rejeição do pluralismo político, recorrendo habitualmente a ameaças de violência. E o autoritarismo envolve a repressão brutal dos opositores, a intimidação ou a cooptação das instituições controladoras e diferentes formas de censura, permitindo um regime autoritário sem responsabilização.
O autoritarismo, por sua vez, é recorrente na vida das pessoas desde o início do processo civilizatório. Com exceção dos breves e limitados períodos da idade de ouro de Atenas e da República. Em Roma o despotismo, o domínio feudal e o absolutismo acompanharam toda a carreira humana.
Esta situação só começou a mudar com as revoluções liberais do final do século XVII e do século XVIII, e a Democracia, só foi verdadeiramente estabelecida ao longo do século XX, como já foi referido.
Ainda assim, houve recaídas dramáticas. Após a Segunda Guerra Mundial, a Democracia generalizou-se por todo o mundo ocidental, em processos históricos que ocorreram em diferentes partes do planeta, sucessivamente, incluindo a Europa continental, a América Latina, a Europa Central e oriental e no continente Africano.